Pelote

Minha mãe via o Tamanduateí encher nas chuvas de verão nos anos 1950. Ela precisava atravessar de um lado para o outro para ir à escola. Eu sempre tive medo de rios, acho que é porque eu sempre os vi muito sujos. Agora eu já consigo lidar com isso.
Documentário muito interessante, bem rápido e bem feito.

romanetto wrote:Minha mãe via o Tamanduateí encher nas chuvas de verão nos anos 1950. Ela precisava atravessar de um lado para o outro para ir à escola. Eu sempre tive medo de rios, acho que é porque eu sempre os vi muito sujos. Agora eu já consigo lidar com isso.
Documentário muito interessante, bem rápido e bem feito.

Olha que legal

http://www.hiperativos.com.br/memorias-postumas-tiete/" target="_blank

Parte da nossa história, Monja!

Meu pai matava aula para nadar no Tietê...

Curiosidade: o João Havelange (aquele ex-manda-chuva "limpinho" da Fifa e CBF) foi um grande nadador no passado, vencendo várias vezes o Desafio de Travessia do Rio Tietê, e quase morreu por conta dele quando as águas começaram a ficar poluídas, contraindo tifo negro.

Tentando voltar ao tópico (rsrsrs), olha como era o Rio Pinheiros antes da retificação:


http://vilamundo.org.br/2011/12/enterra ... pinheiros/

Hoje ele nem é mais um rio, mas um canal, já que teve o seu curso natural invertido para fornecer água para a represa Billings gerar energia em Cubatão. Já viram aqueles canos que descem a serra na Anchieta? Aquela usina fedida na Vila Olímpia serve para bombear a água e ela chegar até lá:

Grande história, Ed!

Não mais. A usina de traição tinha essa função, reverter o sentido do rio, mandar água para a Billings e depois aproveitar os 600m de queda de água para gerar energia na Henry Borden lá em Cubatão. A gente passou por cima desses tubos que levam a água da represa para a usina na Caminho do Mar.

Como o rio é poluído e a água da represa é usada para abastecimento pararam de reverter as águas para esse fim. Iria poluir demais a represa e ficaria mais difícil tratar. Hoje, que eu saiba, é usada somente para controlar as enchentes.

roma,

obrigado pelo elogio!

Fico morrendo de medo de postar essas coisas sob pena de parecer presunçoso, contudo corri o risco, pois tenho para mim que conhecimento não tem serventia se não for compartilhado.

Valeu pelo link da revista da Fapesp. Vou ler assim que tiver um tempinho.

No mais, muito legal ver e ler as contribuições do Ed, Papillon e Marino.

Eu ainda acho que o Rio vai ganhar vida novamente. Acredito que o ciclo "desumanizado" de São Paulo está acabando. Vejo isso pela discussão sobre o futuro do Minhocão. Hoje temos dois grandes grupos: os que querem um parque e os que querem que ele seja derrubado. Quase ninguém defende a manutenção dele como via de tráfego.

Meu avô nadava no Tietê, alias uma vez conversei sobre isso com o Worf... foi nadador nos anos 40 num clubinho na marginal (só pra cutucar mesmo).

Marino, mesmo o plano de Prestes Maia previa margens de 300m em cada lado do eixo de ambos rios, a especulação e trairagem dos vereadores empurrou a via para as bordas do rio, assim seria possível sim ter uma marginal de cada lado distantes entre si 600m e isso formaria tanto um bolsão de ar puro como o maior parque urbano do mundo, e se fosse feito também no entorno do Tamanduateí... Bom, vale lembrar que isso também poderia ter se tornado uma grande favela.

A usina de traição continua sim sendo usada, aliás é só passar por aqui e notar que o rio esta com vazão mínima sentido Tietê e represado do outro lado.

Notem, que no site que o Ed Postou, as memórias do Tietê já são do rio com o curso retificado e com talude, o "problema" em si não foi "só" a retificação do rio mas sim a rede de esgotos da cidade ir para seus afluentes.

Na europa não é incomum encontrar rios com talude de um lado e margem utilizável do outro, nosso problema é o acesso mas isso pode ser contornado e resolvido.


[img]http://4.bp.blogspot.com/-S0dUJA1qSyg/T ... da.jpg[img]

A maioria das cidades por pressão seja de comerciantes, seja da população por não visualizar o futuro é quase sempre contrária a planos de reurbanização, afinal são caríssimos e em geral envolvem mudanças pesadas no cotidiano, algumas experiências boas foram obtidas em função de desastres como terremotos ou grandes incêndios.

Nossa grande vantagem nesse aspecto é que em breve, digo próximos 50 anos, a modalidade de transporte deve ser suplantada e com isso por exemplo os quase 150m de marginal de ambos os lados sejam inúteis e facilmente requalificados uma vez que não envolvem desapropriação.

vejam "riverwalk" no google imagens.

Para o Romanetto, que tem uma ligação mais próxima com o Tamaduateí: http://www.museudacidade.sp.gov.br/docu ... 3%B5es.pdf

Meus tios moravam na Lapa e nadavam no Tietê. Quando voltavam para casa, apanhavam de cinta do meu avô (que era um "turco" muito bravo, ex-combatente da Primeira Guerra).

Eu moro perto do Ibirapuera e quase em cima de um córrego canalizado. As casas da minha rua e das imediações são antigas, da década de 30 e 40. Contam os mais velhos que quando a rede de esgoto foi instalada (antes havia fossas sépticas), muitos moradores recusaram a ligação para não pagar a taxa e, na calada da noite, ligaram o esgoto nas galerias dos córregos canalizados.
Há algum tempo, a Sabesp e a Cetesb vieram fazer inspeção nas casas, para ver se havia ligações clandestinas de esgoto na rede pluvial. As casas foram trocando de dono e muitos dos novos proprietários nem sabiam que tinham instalação irregular...

Denise, vc mora ali perto da Ibijau/Jauaperi e afins? Tbem moro por ali e mes passado a SABESP fez uma obra grande que "desviou" o esgoto do quarteirão que ia in-natura para o corrego canalizado e ligou na rede de esgoto mesmo. Deve ser resultado dessa inspeção ai que voce comentou!!

Valeu, Denise; adorei!

O córrego que eu me referia é o "Corrego Uberabinha"

Muito legal esse mapa com os corregos enterrados de SP
http://veja.abril.com.br/multimidia/inf ... -sao-paulo" target="_blank

cesarf wrote:Denise, vc mora ali perto da Ibijau/Jauaperi e afins? Tbem moro por ali e mes passado a SABESP fez uma obra grande que "desviou" o esgoto do quarteirão que ia in-natura para o corrego canalizado e ligou na rede de esgoto mesmo. Deve ser resultado dessa inspeção ai que voce comentou!!

cesarf wrote:Denise, vc mora ali perto da Ibijau/Jauaperi e afins? Tbem moro por ali e mes passado a SABESP fez uma obra grande que "desviou" o esgoto do quarteirão que ia in-natura para o corrego canalizado e ligou na rede de esgoto mesmo. Deve ser resultado dessa inspeção ai que voce comentou!!

Cesar, eu moro para cima, perto da Tutóia, do Instituto Biológico. Essa inspeção foi feita há alguns anos. Mas parece que tem se tornado rotina, felizmente.

Edit: que legal o mapa dos córregos! O "meu" córrego é o Boa Vista, que se junta ao Córrego do Sapateiro, já no Ibirapuera. Em dias de chuva forte, dá para ouvir a corredeira por baixo do gradil do bueiro.

Papillon wrote:
Nossa grande vantagem nesse aspecto é que em breve, digo próximos 50 anos, a modalidade de transporte deve ser suplantada e com isso por exemplo os quase 150m de marginal de ambos os lados sejam inúteis e facilmente requalificados uma vez que não envolvem desapropriação.

vejam "riverwalk" no google imagens.

tenho minha dúvidas papito,
tenho muito claro para mim que a cidade de são paulo só vai ter solução quando de alguma forma impedirem esse crescimento desorganizado da cidade, alguém tem que conseguir parar o crescimento populacional, e não acredito que qualquer político vai comprar briga com construtora/empreiteira, e boa parte da população com medidas extremamente antipopulares. Fato é que não existe metrópole bem organizada no mundo com muito mais de 7-8mi-hab, só a cidade de São Paulo passa fácil os 10mi de habitantes, se juntar as cidades que formam a metrópole dá uns 25 milhões de pessoas. Pior 25 milhões de pessoas morando em terreno grilado, invadido, em casas com projetos toscos, em bairros mal preparados, com uma prefeitura conivente com essas barbaridades (os exemplos de bairros assim são inúmeros apenas na Z/S: Berrini, giovani Gronchi, Estrada de Itapecirica, Água Espraiada, Marginal Pinheiros do lado do Morumbi...)
Uma coisa que para mim deveria ser implantada é o conselho de bairro com poder de veto as obras.

Comovente pensar como vemos no documentário que por um momento estivemos diante daquele projeto urbanístico das lagoas ao longo dos Rios rodeadas por parques ao redor dos quais se estruturaria a metrópole...,,,e que optamos pelo Plano de Avenidas do Prestes Maia!
Temos sido Malufistas empedernidos e isso me deprime,
Como Papito, amo as cidades e o desenvolvimento urbano e amo SP (que deveria se chamar Corinthians de tao boa que é) mas reconheço que é o caos e que pode facilmente se tornar Mumbai se a luta política que o Haddad está começando der em nada ou for derrotada..
Sinto que estamos diante de outra encruzilhada histórica e diante do risco de nos tornarmos Mumbai.

Iberê wrote: Pior 25 milhões de pessoas morando em terreno grilado, invadido, em casas com projetos toscos, em bairros mal preparados, com uma prefeitura conivente com essas barbaridades (os exemplos de bairros assim são inúmeros apenas na Z/S: Berrini, giovani Gronchi, Estrada de Itapecirica, Água Espraiada, Marginal Pinheiros do lado do Morumbi...)
Uma coisa que para mim deveria ser implantada é o conselho de bairro com poder de veto as obras.

Sem dúvidas o crescimento desordenado é um problema longe de ser resolvido, e digo o problema passa tanto pela verticalização como moema/Campo belo e Pinheiros, onde já faz tempo temos ramais de esgoto trabalhando pressurizados, mas é muito, muito mais grave na periferia onde as invasões resolveram a questão do Ibama pelo método favelizador.

Lhe digo o conselho de bairro não tem capacidade técnica para avaliar isso, aliás esbarro em Santo André em algo assim, claro resolvido facilmente pela corrupção. A solução que vislumbro é um plano de desenvolvimento regional integrado para toda metrópole, onde os índices de aproveitamento de lotes e bairros planejados fossem direcionados verticalmente. Cito a queda de braço por Parelheiros, os ambientalistas querendo evitar a todo custo a especulação (anote, se isso vingar, vira favela), por outro o mercado esperando um bairro-cidade planejado para 3-4 milhões de pessoas que desafogaria toda SP.

O tamanho hoje da periferia, ainda que excluindo as cidades periféricas já é maior que a área central, e caminha para a verticalização, em um local onde não há lei, afinal pelo plano do SOS Mata Atlântica era só criar uma legislação duríssima que a especulação ficaria "fora" da área, ai realmente Cyrella, Gafisa ficaram fora e a Boulos SA entrou em ação, o que deveria ser um anel verde é um mar de favela com milhões de pessoas.

DeniseDognini wrote:Para o Romanetto, que tem uma ligação mais próxima com o Tamaduateí: http://www.museudacidade.sp.gov.br/docu ... 3%B5es.pdf

Meus tios moravam na Lapa e nadavam no Tietê. Quando voltavam para casa, apanhavam de cinta do meu avô (que era um "turco" muito bravo, ex-combatente da Primeira Guerra).

Eu moro perto do Ibirapuera e quase em cima de um córrego canalizado. As casas da minha rua e das imediações são antigas, da década de 30 e 40. Contam os mais velhos que quando a rede de esgoto foi instalada (antes havia fossas sépticas), muitos moradores recusaram a ligação para não pagar a taxa e, na calada da noite, ligaram o esgoto nas galerias dos córregos canalizados.
Há algum tempo, a Sabesp e a Cetesb vieram fazer inspeção nas casas, para ver se havia ligações clandestinas de esgoto na rede pluvial. As casas foram trocando de dono e muitos dos novos proprietários nem sabiam que tinham instalação irregular...

muito legal.
Desculpe se vou repetir a minha história do Rio.
Meu avô (Jorge nome do meu filho) no final dos anos 30, começo dos 40 vinha com os amigos remando desde o Corinthians, cujo departamento de Remo então ocupava a margem do Rio, em direção ao Oeste.
Quando passavam em frente do Clube Tiete os remadores de lá caíam na água e disputavam uma regata improvisada até a embocadura do Pinheiros.
Exatamente onde todos os dias fico preso antes das 8 da manhã olhando estarrecido o mar de carros por todos os lados do Cebolao, tantos anos atrás os camaradas do Tiete faziam meia volta e o então jovem Jorge e os outros corintianos pegavam o Pinheiros rio abaixo.
Paravam no Germânia (que pouco depois virou Pinheiros). Disputavam uma partida de Bola-ao-cesto, como diria meu avô, pra “relaxar”. Comiam alguma coisa com os Alemães, que segundo relato en loco do velho eram tao boa gente quanto os italianos do Palestra, e voltavam Rio acima.
Na volta novamente na passagem pelo Tiete o time de lá caía na água, dessa vez para uma regata era até o Parque São Jorge.

Hoje encontrei apenas o Roma vestido de Pelote!

Amanhã estou lá. Hoje eu nadei e fiquei meio destruída...

Doido43 wrote:Hoje encontrei apenas o Roma vestido de Pelote!

Nem te vi, Frediani!

Encontrei o Orlando e o Steffano, que aliás ta magro e sentando a bota.

hahahaha

romanetto wrote:

Doido43 wrote:Hoje encontrei apenas o Roma vestido de Pelote!

Nem te vi, Frediani!

Eu tava disfarçado de Padaria Real....

Se você me viu na ida pra USP, eu devo ter passado a uns 40/45! Mas se viu na volta, a uns 18! Hehehehe

romanetto wrote:Se você me viu na ida pra USP, eu devo ter passado a uns 40/45! Mas se viu na volta, a uns 18! Hehehehe

40/45? então vc tava fazendo regenerativo

romanetto wrote:Se você me viu na ida pra USP, eu devo ter passado a uns 40/45! Mas se viu na volta, a uns 18! Hehehehe

Vc me passou bem na hora em que eu havia entrado na via... estava na roda de uns caras com umas bikes de contra relógio... depois só vi vc e mais um cara.

Chupamos roda até a cidade universitária. Depois deixamos os caras para trás. Aquele amigo que estava comigo era o Flavio, que irá conosco a Penedo.

http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/ ... -usp.shtml" target="_blank

Malditos ladrões.

Putos e covardes! E se ela sentasse os merecidos pipocos no ladrão ia ter nego querendo processa-la.

Ainda bem que não sei lutar, se pego um puto desse não ia sobrar nem pro reconhecimento.