Mundial MTB XCO, Avancini vai bem e França domina!

Luiz Papillon

Na última semana rolou o campeonato mundial de MTB XCO. Três provas, três vitórias francesas, primeiro com Loana Lecomte no sub23, depois com Pauline Ferrand-Prévot no feminino e finalmente Jordan Sarrou no masculino. Foi possível notar via mídia social o descontamento de alguns fãs do esporte em relação ao desempenho do maior ciclista brasileiro de MTB, claro falo de Henrique Avancini.

Henrique Avancini – Foto Redbull

 

Apenas uma semana após Henrique vencer sua primeira etapa da Copa do Mundo de XCO, ele chegou como um dos favoritos a conquistar uma medalha no Mundial. Contudo isso não aconteceu e nem por isso podemos chamar de frustrante. Definitivamente o circuito do XCO foi muito duro e difícil. E não só isso ele não favorecia ciclistas explosivos como Avancini ou Nino Schurter. Ciclistas mais leves e com melhor capacidade de escalada foram favorecidos pela longa e ingrime subida.

Outro importante ponto, é a forma de competir. Enquanto os franceses e suíços trabalharam como equipe, os brasileiros estavam em níveis diferentes no circuito. Não chegando ao ponto de afinidade ou estratégia, mas sim de patamar de competição propriamente. Nem se quisessem, Guilherme Gotardelo, Edson Rezende Jr e os irmãos Cocuzzi não conseguiriam auxiliar Avancini. O leitor pode pensar que no ciclismo MTB os resultados são meramente individuais, porém um sacrifício para cobrir “uma ponte” ou neutralizar um ataque pode ser fundamental para uma vitória ou pódio.

Assim, antes de colocar o peso de um Brasil inteiro nos ombros de Avancini, é preciso compreender que estar entre os 10 maiores ciclistas do mundo já é um feito enorme.

Mundial de MTB XCO em Leogang na Áustria

Um total de treze provas distribuídas em cinco dias de competição fizeram parte do mundial de MTB XCO em Leogang na Áustria. Apenas o mundial de descida, o downhill teve provas classificatórias, as demais modalidades utilizaram o ranking UCI.

A novidade foram as disputas com bicicletas assistidas, ou seja as e-bikes.

Cabe aqui uma pequena explicação, de forma errada muitos difundem a ideia de que a e-bike é uma bicicleta onde o ciclista “não faz esforço” e apenas aperta um botão. Primeiro que não há um botão de acelerador na e-bike e segundo que o pedal assistido significa apenas que o ciclista terá uma ajuda, a maior parte do esforço virá de seus músculos.

A vitória na e-bike ficou com Thomas Pidcock, revelação inglesa já sob contrato da Ineos Grenadiers para 2021. O jovem inglês de Leeds venceu também o Sub23 e foi formado na equipe do multi-campeão Bradley Wiggins. Na estrada Pidcock venceu no começo de setembro a versão sub23 do Giro d’Italia. Entre as mulheres o ouro ficou com a francesa Melanie Pugin.

Força Francesa

Pauline Ferrand Prevot – Campeã Mundial XCO – Foto Redbull

Ao olharmos o quadro de medalhas fica evidente o domínio francês. Um total de 12 medalhas sendo 6 de ouro colocam o país do ciclismo como grande vencedor.  Já a presença do Reino Unido na segunda colocação mostra o amadurecimento dos investimentos feitos no final do século passado. Visando um dia sediar os jogos olímpicos, o Reino Unido investiu em instalações e em uma seleção permanente de ciclismo. O entusiasmo levou a criação de equipes como a Sky (atual Ineos) na estrada e agora colhe uma terceira geração de vencedores sobre uma bicicleta.

 

 

 

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