Tecnologia no Ciclismo

Luiz Papillon

Existiu um dia em que os ciclocomputadores básicos que informavam apenas velocidade e distância eram os itens mais tecnológicos que um ciclista carregava nos seus treinos.
Cada vez mais os aparatos tecnológicos foram sendo inseridos no treinamento.

ciclo

 

Um ciclocomputador com medidor de cadência e um medidor de frequência cardíaco passaram a ser básicos para qualquer um que quisesse seguir um treino estruturado.
Hoje, isso não basta, GPS é um item “obrigatório” para muita gente. Seja no ciclocomputador ou no celular, o ciclista “precisa” coletar dados do treino para quando chegar em casa transmiti-los para uma rede social ou software de análise de dados.
Logicamente não para por aí.

Os medidores de potência apesar de bem antigos não eram populares principalmente por causa do alto preço. Com os novos fabricantes lançando produtos que adotam diversas tecnologias para fazer suas medições os preços desses aparelhos vem diminuindo e logicamente alcançando um número maior de ciclistas.
E não está restrito a treinamento.

Temos os câmbios eletrônicos, as câmeras de vídeos próprias para bicicleta e sabe-se lá mais o que virá. Precisamos de tudo isso? Não. Queremos tudo isso? Sim.
Existe algum mal nisso? Talvez sim, em alguns casos. Será que realmente usufruímos dos benefícios dessa tecnologia ou apenas queremos tê-la?
Desde os medidores de frequência cardíaca vejo ciclistas que apenas olham uma informação no aparelho e não se preocupam em como usá-la. Idem para software de análise de treinos e medidores de potência.
A propaganda de todos esses produtos está por todo lado e muitos se rendem, mesmo não tendo real necessidade daquele produto.
Até aí sem problemas, mas será que toda essa preocupação com tecnologia não nos engana um pouco e deixamos coisas básicas de lado? Compramos produtos voltados ao treinamento, mas será que sabemos os princípios básicos do treinamento? Sabemos como usar todos os dados coletados para tornar nossos treinos mais interessantes? Sabemos a hora correta de cambiar as marchas com os nossos ultra precisos câmbios eletrônicos?
Eu vejo que tanta tecnologia pode acabar tirando a atenção de coisas mais básicas. O que foi feito para nos ajudar, para deixar nossas pedaladas mais interessantes pode acabar nos atrapalhando se deixarmos de lado os princípios do ciclismo.

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